12 de janeiro de 2016

Não há mais história aqui para ser contada.
Não há verso e não há rima.
Chegamos ao fim da estrada.

Nos despedimos do nó na garganta
e das lagrimas que nunca foram secadas.

Não há mais pelo que sofrer ou se alegrar.
Podemos como Ismália* pender as asas e voar.

E finalmente, abandonar essas esperanças que mais corroem que alimentam.







       ****                                                             Ismália
(Alphonsus de Guimaraens)

Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...







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